VIDA APÓS A MORTE NO BUDISMO

Por: Ricardo Chioro

(Parte deste texto é canalizada dos Mestres Ascensos)

O Budismo acredita em vida após a morte, e existem muitas semelhanças entre ele e outras crenças que acreditam em karma, reencarnação como o Espiritismo e o Esoterismo.

De acordo com o Budismo quando morremos existe um período de pós morte, então podemos ouvir o que parentes podem dizer, pessoas se despedindo de nós nos enterros ou velórios.

Na religião gerada pelo Buda se ensina que quem morre fica em uma realidade que não está presa ao tempo e espaço. Veja essa explicação de Hsing Yun no livro "Ensinamentos Fundamentais do Budismo Ch’na”:

“Quando estamos vivos, somos limitados pelo tempo e pelo espaço. Não podemos viajar simplesmente desejando ir até um certo lugar e não podemos reverter o processo de envelhecimento que a passagem do tempo nos traz. Ao morrer (e antes de nosso próximo renascimento) somos liberados dos limites do nosso corpo”.

Outra coisa interessante que Hsing Yun escreve no livro "Ensinamentos Fundamentais do Budismo Ch’na” é: “Enquanto estamos vivos nossas faculdades são limitadas pelo nosso corpo. Após a morte, não mais estamos cerceados pelas leis da física. Seremos capazes de ver coisas que não podem ser detectadas pelo olho humano. Seremos capazes de ouvir sons que não podem ser ouvidos pelo ouvido humano. Seremos capazes de flutuar no ar, pois a força da gravidade não nos diz respeito mais. Nesse estado, paredes não serão capazes de nos deter e seremos capazes de viajar simplesmente com a força do nosso desejo.”

É interessante que tudo o que foi apresentado até agora também são crenças de varias escolas e religiões Místicas Ocidentais e do Espiritismo.

No Misticismo quando morremos vivemos na quinta dimensão, não mais na terceira como é o nosso mundo na carne, isso engloba viver nos domínios do tempo e espaço, que é a quarta dimensão, a dimensão que estamos englobam todas as anteriores, a quinta é maior que a quarta.

Também quando falecemos vivemos no mundo astral, não mais no físico e vemos e ouvimos as coisas do mundo astral, do qual não podemos ver no físico, é um mundo fantástico.

No Budismo Tibetano em meditação nossa consciência pode sair do corpo físico e viajar para outros lugares.

Quando morremos na crença budista vamos para outra dimensão.

Ainda no Budismo Tibetano com os Oráculos se entra em contato com seres de outras dimensões que já morreram, eles passam informações.

Outra informação importante é que na religião do Buda também existe rituais de exorcismo.

Nos rituais de exorcismo os sacerdotes procuram ajudar não somente a pessoa que está tomada, mas aconselhando os seres que causam o mal pararem com as ações e se desapegarem. 

Hsing Yun escreve algo importante em "Ensinamentos Fundamentais do Budismo Ch’na”:

“A morte não é um fim; não é uma finalidade. Ao contrário, é o começo de uma nova existência. Quando morremos, o corpo físico para de funcionar, mas a consciência continua viva. Durante o tempo que se segue logo após a morte e antes do próximo renascimento, a consciência está num estado conhecido no Budismo como um "estado intermediário do ser". Dependendo do carma acumulado em vidas anteriores, um ser intermediário renascerá em um dos seis reinos”.

“Dos ensinamentos budistas, nós apreendemos que nunca morremos. O que morre é o corpo físico”.

“Enquanto o corpo físico morre, a consciência continua sem interrupção.”

Os seis reinos são os lugares que os seres que faleceram e não atingiram a iluminação podem renascer, então e cada um desses seis reinos tem os seus lugares piores e os melhores.

Os iluminados tem outros lugares para viver, mas podem também se apresentar em alguns dos 6 reinos para ajudar de acordo com minha crença.

Hsing Yun faz uma analogia interessante com a crença Cristã, que existe um julgamento que vai determinar para onde o falecido vai, e que no Budismo também existe esse julgamento, mas que não é feito por Jesus e sim pelos nossos karmas.

Os seis reinos onde os seres podem renascer são:

Lugares inferiores, determinados por maus karmas: 1. O reino dos infernos, 2. O reino dos seres famintos e 3. O reino animal.

Lugares superiores, determinados por bons karmas: 4. O reino humano, 5. O reino dos semideuses e 6. O reino dos deuses.

Hsing Yun ainda diz que assim como no Cristianismo existe o inferno, no Budismo também.

O reino animal é dos animais que podemos ver no reino em que estamos agora, o dos humanos.

E o reino dos humanos também é o que estamos agora.

1. O reino dos infernos: seres agressores, ferem e matam outros seres.

“Nestes estados infernais, somos atormentados inflexivelmente por um sofrimento inconcebível: somos mortos e, em alguns reinos infernais, experienciamos ser mortos de novo e de novo; somos torturados pelo calor e frio extremos. E não há liberdade.” (trecho do trabalho de Karma Tenpa Darghy)

2. O reino dos seres famintos: seres que sentem fome e sede inseçantes, e, sempre cobiçando algo que nunca conseguem ter.

Nunca podemos obter o que queremos nesse reino, “nem podemos desfrutar da comida ou bebida que desejamos desesperadamente como fantasmas famintos. Sempre estamos precisando e procurando algo, mas somos completamente incapazes de satisfazer nossos desejos”. (trecho do trabalho de Karma Tenpa Darghy)

3. O reino animal: constam todos os tipos de animais.

“Todos eles experiêncião diferentes formas de sofrimento, tais como ser comido vivo, brigar uns com os outros, ou ser subservientes e abusados”. (trecho do trabalho de Karma Tenpa Darghy)

4. O reino humano: É o reino que estamos agora.

5. O reino dos semideuses: os semi-deuses vivem num estado muito alegre e feliz, mas dotados de inveja dos deuses porque estão em um situação melhor, do qual podem tomar ciência.

Nascem nesse reino devido ao karma positivo misturado com inveja.

6. O reino dos deuses: experimentam níveis de felicidade elevados, podem realizar os seus desejos, obtêm tudo o que querem.

O sofrimento neste lugar é saber que um dia sairá dele, que renascerá em outro reino futuramente.

Ainda não atingindo a iluminação ficamos renascendo nos seis reinos.

O problema deste reino é ficar se deleitando nos prazeres e não ajudar os outros, esgotando todo o seu karma positivo e renascer em outro lugar sem ter merecimento de ações positivas das outras vidas.

As pessoas podem ficar centenas de anos neste lugar.

São chamados de Deuses, mas não seres iluminados, mas de luz.

Deuses também são chamados Devas, que significa resplandecer, brilhar.

Nenhum destes lugares é permanente, os seres podem renascer em outros lugares devido suas boas ou más ações.

De acordo com a cosmologia budista nosso mundo não é o único lugar do universo que tem reinos e dimensões, mas outros lugares também, de acordo com o nível de consciência de seus habitantes é que são esses mundos.

Muito mais que a vida continuar após a morte, a religião de Sidarta ensina que a existencia é eterna.

Maior que a felicidade dos deuses ou devas é a da iluminação, e você pode atingi-la, busque seu despertar.

Como fizemos comparações com a fé espírita e mística você pode pensar que esses seis reinos diferem dessas crenças, mas ao meu ver não, podemos pensar na diferença porque a linguagem que se trata a vida após a morte é difere, mas não a realidade.

Você pode pensar que no Misticismo Ocidental ou Espiritismo quem é humano não pode ser um animal, porém de acordo com escolas místicas pode sim.

Animais são níveis de evolução espiritual anteriores aos dos humanos, porém quando a pessoa se perde no ego, na maldade de forma que não dá mais para ela progredir sua consciência, nisso tem que haver um processo de destruição do ego, e com ele o corpo astral é terminado junto.

Perdendo o corpo astral de humano a pessoa não pode mais encarnar como pessoa, e sim como animal, ela perdeu o direito de ser gente, e é um processo demorado até onde sei para poder voltar a renascer nos outros lugares.

Esse processo recebe o nome de execução.

É importante que se diga que não é uma involução voltar a ser um animal, a pessoa nunca involui, nunca perde a evolução apesar de poder se perder no mal.

Também é importante dizer que a grande maioria dos bichos não são humanos que voltaram a ser animais, mas seres que estão em etapas anteriores de evolução que a dos humanos.

A pessoa se perde no mal quando ela tem pouca evolução e vai se perdendo na prepotência, arrogância, orgulho, cada vez mais aumentando essas e outras características negativas, diminuindo as positivas apesar não perder a evolução.

Outra coisa que nos reinos mais elevados as pessoas tem tudo o que querem, no Espiritismo ou no Misticismo os espíritos podem plasmar o que desejam.

Sobre os reinos inferiores: também encontro no Misticismo e Espiritismo escritos de mundos hostis muito quentes ou muitos frios, lugares com fogo ou gelo, e como os dos fantasmas famintos onde os seres não podem realizar seus desejos, vem tudo o que desejam, mas não podem realizá-los.

Ao meu ver não encontrei coisas na doutrina budista que diferem do Misticismo, além da linguagem, que no Budismo não se pode usar o termo espírito, espiritual ou reencarnação, mas sim renascimento, realidade alternativa, outra dimensão e consciência.

Todas as religiões são verdadeiras, inclusive no Misticismo englobam muitas crenças diferentes.

Semelhanças entre as crenças mostram essa verdade, porem existem as diferenças, frutos de linguagem, mitologia, ou parábola ou erros sem querer ou mau intencionados.

O fato da existência do inferno, lugar quente ou tantas outras são semelhanças que mostramos.

Meu amigo Michel Martim da Silveira gostaria de passar uma mensagem, de que a larva um dia vira borboleta.

Quem está nos parâmetro das trevas espirituais, na carne ou fora dela, um dia vai evoluir, ir para o que é elevado e ver e viver o que está em cima.

Quando o ser é larva, só vê o que está no chão, o que não é elevado, mas um dia vai virar borboleta e vai ver o céu.

A religião de Sidarta é tão psicológica que ao abordar a vida depois da morte fala dos assuntos que norteiam essa crença, como o sofrimento, a felicidade, como é o estado psicológico de quem está nos seis reinos, ainda fazendo analogias com o mundo humano e os estados que passamos no dia a dia causando um pouco de confusão.

Muitas vezes ao abordarem a vida depois da morte, ou os seis reinos deixam algumas explicações importante para a compreensão de lado, abordando apenas o psicológico.

Para realizar este texto procurei não colocar muito a Psicologia Budista, achei que assim o assunto ficava mais compreensível.

 

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