Embora as várias escolas do budismo chinês se
vejam melhor no seu período de maior desenvolvimento durante a dinastia
T’ang, as raízes da maioria delas remontam aos séculos V e VI e mesmo mais
cedo.
Devemo-nos lembrar de que, quando o budismo se
tornou firmemente estabelecido na China, o budismo indiano florescia há
quase mil anos. Todas as grandes obras dos cânones Hinayána Mahayana já
existiam. “Os chineses, com a sua confiança profundamente inveterada na
palavra escrita, aceitaram as escrituras budistas em tradução chinesa como a
palavra literal de Buda. Eles consideravam todas as escrituras budistas,
incluindo o cânone Hinayána, como o relato dos quarenta anos da carreira de
pregação de Sakyamuni.” (23) O aparecimento de diferentes seitas budistas na
China resultou em grande parte do fato do volume das escrituras budistas
traduzidas ter crescido tanto que poucos escolares podiam esperar
conhecê-las razoavelmente a todas, e os ensinamentos contidos nelas eram tão
extremamente diversos que parecem por vezes contraditórios. Além disso,
conforme os escritos dos grandes escritores indianos Mahayanistas se
tornaram familiares em traduções chinesas, as suas diferentes interpretações
do dharma budista eram avidamente agarradas pelos escolares budistas
chineses, estimulando novas correntes de pensamento.
Embora todas as escrituras fossem tratadas como
canônicas, nasceram escolas dirigidas por professores distintos que adotaram
interpretações muito diferentes da verdade budista, e que reivindicavam
possuir a quinta essência e a perfeição da mensagem budista. Um mestre
budista aceitaria um trabalho particular como de grande importância,
considerando o resto do cânon como doutrina introdutória que levava à
suprema verdade. Esta suprema verdade acreditava ele que era revelada e
exposta na escritura da sua escolha. Do intenso estudo dos grandes textos
indianos por mentes já impregnadas de pensamento confucionista e tauísta,
desenvolveu-se uma forma verdadeiramente chinesa de budismo muito diferente
do seu parente indiano. “A maioria das seitas budistas chinesas foram
fundadas durante o período de unidade sob as dinastias Sui e T’ang, desde o
fim do século VI até ao VIII.” (24)
As oito escolas do budismo chinês tiveram
importância prática e todas floresceram e exerceram uma poderosa influência
na dinastia T’ang. São catalogadas com a data aproximada da sua fundação:
1) Ching T’u ou Terra Pura, c. século IV.
2) Nan Lun, ou a Escola dos Três Tratados,
Madhyamika, c. 400.
3) Ch’an, uma escola de Meditação, c. 520.
4) T’ien T’ai, uma tentativa de harmonização, c.
550.
5) Hua Yen, a escola da Grinalda, c. 600.
6) Wei Shih, ou Fa Hsiang, a escola de Mera
Imaginação, c. 650.
7) Lu, uma escola de disciplina, Hinayanista, e.
650.
8) Chen Yen, ou Mi Tsung, Tântrica, c. 720.
Destas escolas do budismo chinês, algumas tinham
já absorvido em si escolas menores que haviam nascido e durado pouco tempo.
San Lun e Wei Shih eram demasiado académicas para existir muito tempo
independentemente, mas os seus ensinamentos metafísicos continuaram vivos
nos mosteiros e o neo-confucionismo da dinastia Sung foi muito influenciado
por elas. T’ien T’ai e Hua Yen fundiram-se na grande Ching T’u ou forma da
Terra Pura do budismo. A Lu Tsung ou escola legalista, frisando os aspectos
mais severos e ascéticos do budismo, teve uma influência penetrante em
outras escolas e continuou como uma pequena seita até hoje. (25)
Embora as várias escolas do budismo chinês
florescessem por um tempo na China, e algumas delas, tendo sido
transplantadas para o Japão, tivessem uma história brilhante nesse país, um
processo contínuo de sincretismo apagou-lhe, gradualmente as feições
salientes da doutrina e da prática. Não é possível, dentro dos limites deste
capítulo, dar mais do que um relato muito breve de cada uma dessas escolas,
frisando as suas feições mais importantes.
A Ching T’u ou Seita da Terra Pura. De todas as
grandes seitas Mahayana do budismo chinês, a seita da Terra Pura foi
destinada a exercer uma influência profunda e dominadora sobre a vida do
povo comum. Provavelmente a mais velha de todas as escolas, foi também a
menos filosófica. No entanto, certos dogmas eram baseados no espírito do seu
fundador: “um conceito da infinidade de Buda, uma crença firme na
indestrutibilidade da alma humana, uma crença em karma ou retribuição, e uma
forte crença na universalidade da natureza búdica em todas as criaturas.”
(26)
Nos princípios do século III Chih-tun tinha sido
influenciado pelas idéias da Terra Pura, mas Hui-yüan é que é considerado o
fundador da seita em 402. Ele e o seu sucessor tomaram como sua principal
escritura a maior Sukhavati-Vyuha Sutra (Wu-liang-shou Ching) que proclamava
a doutrina da salvação pela fé em Amitabha O-mi-to-fo) e continha descrições
vivas da Terra Pura onde ele governava. Outros dois grandes sutras adorados
pela seita proclamavam a mesma doutrina e exaltavam a infinita compaixão de
Amitabha. Proclamavam o meio pelo qual a alma humana podia alcançar a sua
terra da graça perfeita. Esses dois sutras eram o mais pequeno
Sukhavati-Vyuha sutra (O-mi-to Ching) e o Amita Yurdhyarta sutra
(Kuan-wu-liang-shou Ching). Mais tarde, os ensinamentos da seita foram
condensados no famoso Despertar da Fé no Mahayana (Ch’i Hsin Lun) (27) que
se tornou “uma fonte da maior bênção para muitos dos mais instruídos povos
do Oriente” (28), e “um modelo para muitos dos budistas até hoje.” (29) Um
simples ato de fé no poder salvador de Amitabha asseguraria o renascimento
na sua Terra Pura. Na sua atividade de salvação, Amitabha é ajudado por dois
grandes poderes, a bodhisattva Avalokitesvara (Kuan-yin) conhecida pela
deusa da misericórdia e representando a compaixão infinita de Amitabha, e
Mahasthama (Ta-shih-chih) que representava a omnipotência e a sabedoria.
Hui-yüan, que realmente estabeleceu a seita da
Terra Pura, foi um zeloso tauísta que, tendo-se convertido ao budismo,
dedicou-se à procura da longa-vida por uma compreensão verdadeira da fé
Mahayana. (30) Cerca do ano 380, fundou um famoso mosteiro que tinha sido
construído na Lu-shan, “uma montanha povoada pelas memórias de famosos
eremitas tauístas da antiguidade”. (31) Este tornou-se um dos mais
importantes centros do budismo que atraía monges e leigos.
Um dos grandes expoentes da doutrina da Terra
Pura foi Shan-tao (613-81) que compreendia que os homens, visto viverem no
mundo, estavam sujeitos a um circulo vicioso de pecado e erro através dos
três venenos da ambição, da ira e da estupidez. Eles têm pouco poder para se
salvarem, mas o esclarecimento é garantido a todos que façam uma promessa
sincera de fé em Amitabha, enchendo o espírito constantemente de pensamentos
dele e aceitando a sua misericórdia e mérito. Reichelt pensa que Shan-tao
pode ter sido influenciado pelo cristianismo nestoriano que estava a ser
introduzido na China por esse tempo. (32)
A escola da Terra Pura com a sua ênfase sobre a
salvação só pela fé e os seus ensinamentos de devoção aos budas e
bodhisattvas é semelhante aos desenvolvimentos bhakti do hinduismo. Ela opõe
a idéia de que a salvação é ganha somente pelo esforço próprio que resulta
num “esclarecimento” onde o espírito é libertado de todas as complicações do
mundo fenomenal. A Terra Pura aceitava o ensinamento budista ortodoxo de que
a vida era dor e desilusão, mas dirigia o espírito para o cortejo infinito
de budas e de bodhisattvas que ofereciam ao crente a assistência que só o
poder infinito, a graça e o mérito podiam dar. Conforme O Despertar da Fé
diz:
“Que aqueles que duvidam e desejam desistir,
meditem neste sábio. Todos os budas e bodhisattvas dos dez quarteirões têm
atingido grande percepção espiritual livre e podem, por meio de atos de
mérito excelentes e habilidosos, salvar todos os seres em aflição. Tendo
meditado nisto, que eles façam uma grande promessa de que, com espírito
simples, pensarão só nos budas e nos bodhisattvas, de modo a conseguirem uma
convicção firme. Então, no fim da vida, eles atingirão a entrada no reino de
Buda, e percebendo os budas e bodhisattvas com perfeita fé, libertar-se-ão
para sempre das condições do mal. Conforme um sutra diz: “Se os homens bons
e as mulheres boas pensassem só em Amitabha no seu mundo perfeito na região
ocidental, e dirigissem todas as suas raízes de mérito para ele, e
desejassem nascer lá, então de certeza nasceriam lá.”A fé aumenta através de
uma constante contemplação dos budas, e nunca se poderá renegar. Ouvindo o
Dharma, podemos chegar a contemplar o Dharmakaya do Buda, e por disciplina
persistente podemos entrar no estado da Verdade.” (33)
San Lun. A escola dos Três Tratados. Foi
Kumarajiva (344-413) que primeiro traduziu os grandes tratados filosóficos
do Mahayana de maneira compreensiva para os chineses, e deu inspiração ao
progresso de um desenvolvimento sistemático de filosofia budista na China.
Dois dos escritos de Nagarjuna e um atribuido a Aryadeva e a Vasubandhu
formavam a base da escola de pensamento Madhyamika que se tornou conhecida
na China pela San Lun ou escola dos Três Tratados.
O pensamento tauísta na China tinha sido
exercitado durante muito tempo sobre a relação do não-ser com o ser,
(chên-ju) da aquiescência com o movimento, da inatividade com a atividade.
Os budistas tinham-se também interessado com problemas semelhantes: a
relação do ser Absoluto (chên-ju) com o temporal, de nirvana com Samsara. Os
expoentes de Madhyamika acreditavam que era impossível descrever a natureza
da última realidade. Procurai definir o infinito e este não é mais infinito.
Sêng-chao (384-414), que estava intimamente associado a Kumarajiva, foi o
primeiro grande professor de San Lun, combinando a filosofia Madhyamika com
o pensamento neo-tauísta.
“O conceito central da escola é o Vazio (sunyata)
no sentido de que a natureza e o caráter de todos os dharmas, juntamente com
a sua causação, estão livres da realidade. Assim, todas as diferenciações,
quer sendo ou não-sendo, causa ou efeito, ou entrando-em-existência ou
deixando-a-existência, são apenas “nomes temporais” e de natureza vazia. A
única realidade é o próprio vazio que é Absoluto, O Último Vazio.” (34)
Sob a direção de Chi-tsang (549-623) a escola San
Lun foi sistematizada e alcançou o seu ponto mais alto da verdade. Ao nível
da verdade relativa ou comum, as coisas existem provisoriamente como seres
dependentes ou nomes temporais, mas, ao nível da verdade absoluta, todos os
dharmas são vazios. Os objetivos da escola, seguindo Nagarjuna, eram
niilistas e destrutivos. Embora tudo e cada um dos acontecimentos se possam
considerar como possuindo uma realidade temporária, no último recurso “não
há produção ou extinção, permanência ou aniquilação, unidade ou diversidade,
chegada ou partida.” Tal niilismo filosófico provou ser inaceitável pelo
espírito chinês e a escola declinou rapidamente no século IX para se fundir
na escola Ch’an ou da Meditação.
A escola Ch’an ou da Meditação. O budismo Ch’an é
sem dúvida um dos produtos mais distintos e originais do espírito chinês. “O
génio chinês, agindo sobre a matéria prima do pensamento indiano, com
contribuições do confucionismo e do tauísmo, com Bodhidharma como
intermediário, produziu a escola essencialmente chinesa de Ch’an”. (35) Esta
foi descrita pelo filósofo Hu-shih, como “uma reforma ou revolução do
budismo”. (~)
O caráter Ch’an derivou da palavra em sánscrito
para meditação, dhyana, e daí a escola ser designada a escola da Meditação.
No entanto ela usa a meditação como um meio de esclarecimento direto do
espírito. Não é contemplativa no sentido de impedir a atividade. É uma seita
radicalmente mística do budismo chinês, visando uma experiência mística onde
a subjetividade e a objetividade são transcendentes, um estado de ser onde
não há dualidade. A finalidade é prajna, nirvana, bodhi, etc. Ch’an ensinava
que a única realidade era o espírito, o espírito de Buda. “Procura uma
sabedoria imediata de Realidade, que não pode ser atingida por idéias
filosóficas ou religiosas, nem meditação nem prática de ritual ou magia. Não
pode ser ensinada ou transmitida por livros ou professores. Tudo quanto um
professor pode fazer é falar, escrever, pintar ou agir de tal modo que
desperte a faculdade de dirigir o conhecimento ou a intuição, uma espécie de
iluminação espiritual que só vem quando o pensamento e a percepção dos
sentidos cessaram.” (37)
As primeiras escolas Hinayanistas ensinavam que o
meio de esclarecimento era através do “abandono radical”. Os klesas, isto é,
a corrupção e as depravações do espírito devidos à ira, à ambição e à
estupidez, deviam ser completamente abandonadas. Deviam-se abraçar as quatro
virtudes nobres. Os cinco skandhas ou constituintes da personalidade deviam
ser dissolvidos. Samsara era aniquilado e nirvana conseguido. Os primeiros
Mahayanistas frisavam a “transformação” em vez do “abandono”. Os klesas
transformavam-se em bodhi e o espírito transformava-se conduzindo-o através
de samsara para nirvana. Ch’an na China e Mahamudra no Tibet frisavam a
“realização” ligando-a ao conceito de que a única “realidade” é o espírito
de Buda, e tudo é apenas uma manifestação desse espírito. Daí, Samsara é
nirvana, o meu espírito é o espírito de Buda, a consciência pura é
sabedoria. O estado búdico não se consegue nem por suprimir o espírito nem
pela acumulação do conhecimento, mas através de identificação direta da
limitada consciência humana com o espírito de Buda. Conforme um dito da
escola Ch’an exprime: “Eu e todos os Budas do passado, do presente e do
futuro respiramos através de uma narina” e conforme Hui-nêng, o sexto
patriarca da Ch’an, diz: “Sem fechardes os olhos e os ouvidos para afastar o
mundo exterior, podeis alcançar diretamente o estado búdico.” A Ch’an
declarou que os ensinamentos de todos os budas são dados com o único fim de
ajudar as pessoas a “desdobrar o seu espírito”.
Embora Tao-an e Hui-yüan tivessem de princípio
frisado a importância dos exercícios dhyana, foi com Bodhidharma (Ta-mo) que
a escola Ch’an marcou os seus começos. Todavia pouco se conhece acerca dessa
importante figura do budismo chinês. A sua biografia é muito lendária e
cheia de histórias miraculosas. Até à data da sua chegada, que
tradicionalmente se diz ser 520 AD, tem sido calorosamente discutida. (~)
Parece que ele passou um tempo em Nanquim e daí seguiu para Loyang onde
“desprezando o culto das imagens e descuidando o estudo das escrituras,
ensinou, por meio do preceito e do exemplo, que a melhor maneira de
conseguir o objetivo budista de escapar das cadeias da vida era simplesmente
cada um concentrar-se na natureza búdica dentro do seu coração e do seu
espírito”. (39) Calcula-se que ele foi o vigésimo oitavo patriarca do Buda
Sakyamuni e o primeiro patriarca da escola Ch’an na China, Os seguintes
versos famosos são-lhe atribuídos:
Uma transmissão especial fora das escrituras,
Nenhuma dependência de palavras ou de letras,
Apontar diretamente para a alma do homem,
Ver dentro da Natureza e atingir o estado búdico.
De acordo com a tradição, Bodhidharma insistiu
nos ensinamentos do Lankavatara sutra que focava a atenção sobre a
centralidade da última realidade e frisava a doutrina do esclarecimento
íntimo e a transcendência de toda a descríminação mental e toda a dualidade.
Mas com Hung-jên (601-74) o quinto patriarca e os seus dois proeminentes
discípulos Shên-hui (605?-706) e Hui-nêng (638-713), o budismo Ch’an começou
a desenvolver tendências divergentes. Visto o dogma básico da Ch’an ser: o
espírito búdico é tudo, o nirvana é idêntico à natureza búdica que está em
todos os homens de modo que todos se podem tornar Buda, surgiram
divergências sobre a interpretação e o método. Shên-hui e a Escola do Norte
distinguiram o espírito puro, indiferenciado, do falso espírito que
diferencia, e ensinavam a necessidade de eliminar todas as idéias falsas ou
errôneas e alcançar um ponto de quietude absoluta. Eles ensinavam que a meta
a atingir era, em geral, alcançada só gradualmente. Hui-nêng e a Escola do
Sul recusavam-se a fazer essa distinção entre espírito puro e falso.
Acreditavam que todas as atividades do espírito eram funções de “Acordo”
(Verdadeira Realidade). O espírito de Buda está em toda a parte e em tudo, e
por isso, se o indivíduo vê a sua própria e verdadeira natureza, torna-se
Buda. Esta realização pode acontecer em qualquer ocasião. Uma pessoa pode
subitamente e num relâmpago, tornar-se consciente da Verdade Absoluta.
A influência deste ensinamento de Hui-nêng foi
imensa. De acordo com os seus sequazes, a sua superior compreensão dos
princípios fundamentais da Ch’an ficou registrada numa estância no muro do
mosteiro onde ele e Shêng-hui foram discípulos de Hung-jên. Competindo para
o lugar de patriarca em sucessão a Hung-jên, Shên-hui escreveu a estância:
Este corpo é a árvore bodhi
A alma é brilhante como um espelho,
Tem cuidado em a conservar sempre limpa
E não deixes que se lhe pouse o pó.
No meio da noite, enquanto o resto dos monges
dormia; Hui-nêng escreveu uma segunda estância:
Bodhi não é como uma árvore,
O espelho já não brilha;
Como não há nada desde o começo,
Onde se pode pousar o pó?
Na manhã seguinte, conforme a história, Hung-jên
viu as duas estâncias, e logo reconheceu em Hui-nêng um mestre supremo, e
mais tarde, secretamente, passou a Hui-nêng a insígnia do cargo.
A Hui-nêng é reputada a produção do único escrito
budista chinês da categoria dos sutra (ching). A famosa Escritura-Programa
de Hui-nêng (Liu-tsu-t’an ching) tornou-se um texto básico do budismo Ch’an.
Conforme W. T. Chan escreve:
“Tudo que não seja a cultura do espírito, tal
como ler as escrituras, fazer ofertas a Buda, recitar o seu nome, juntar-se
à ordem monástica, é considerado desnecessário. O efeito total é diminuir,
se não destruir, toda a organização, o credo e a literatura budistas, e
reduzir o budismo só ao interesse do espírito de cada um. As conclusões
lógicas são que toda a gente pode conseguir o esclarecimento e tornar-se
Buda, uma vez que todos possuem a natureza búdica, que pode fazê-lo
imediatamente e que pode fazê-lo “neste próprio corpo”. Seja o que for que
se pense deste movimento, era revolucionário no verdadeiro sentido da
palavra.” (40)
Logo depois da morte de Hui-nêng, começou a
usar-se a sala de meditação nos mosteiros Ch’an e desde aí tem sido uma
feição proeminente deles. Ao mesmo tempo, os leigos budistas, homens e
mulheres, aprenderam a praticar a meditação Ch’an nas suas próprias casas.
No século X, o kung-an ou koan, foi reconhecido como um lema para se atingir
o esclarecimento súbito. Koan é uma frase enigmática, frase insolúvel por
meio do intelecto. Tem por fim iludir, excitar, espantar e exaurir o
intelecto até se compreender que a intelecção é apenas pensar acerca de,
provocará, irritará e exaurirá outra vez as emoções até se compreender que a
emoção é sentir acerca de -e quando o discípulo chega a um beco sem saída
intelectual e emocional, ela liga a mecha entre o contato conceptual já
gasto e a realidade e a experiência fresca. (41) A Ch’an não objetava ao
conhecimento conceptual como tal, mas ao aderir à intelecção, o que na
verdade agia como uma barreira ao esclarecimento. O esclarecimento Ch’an era
a experiência direta de contemplar, desdobrar ou compreender a essência do
espírito no seu todo.
Conforme a Ch’an se desenvolvia, levava a uma
grande manifestação de arte criadora porque os homens procuravam comunicação
direta com a natureza íntima das coisas e procuravam a visão de um mundo
para além de todos os contrários. (42) Isto exerceu uma grande influência
sobre o movimento idealista neo-confucionista da dinastia Sung, enquanto que
a sua influência no Japão como Zen forneceu muitos dos elementos básicos da
vida e da cultura.
T’ien T’ai. Uma tentativa de harmonização. T’ien
T’ai tornou-se a mais influente das seitas do budismo durante a dinastia
T’ang, exercendo uma influência poderosa sobre o pensamento e a prática de
outras escolas. Nos seus rituais e regras para a vida estas revelam grande
dependência dos ensinamentos de T’ien T’ai.
Foi estabelecida por Chih-i ou Chih-k’ai (538-97)
um famoso mosteiro das montanhas de T’ien T’ai da província de Chekiang. O
texto básico da escola era o Lotus Sutra (Saddharmapundarika Sutra) (43) que
ensinava que Sakyamuni era apenas uma manifestação terrena do Buda eterno.
Chih-i ensinava que, enquanto o Buda era vivo, ele adaptava os seus
ensinamentos às necessidades e capacidades dos seus ouvintes. Diante da
massa das escrituras budistas com as suas diversas doutrinas, dividiu as
principais escrituras budistas. em cinco períodos da vida do Buda e afirmava
que, embora todas tivessem valor, levavam passo a passo até à
quinta-essência do budismo que está no Lotus Sutra. “T’ien T’ai foi uma
tentativa prodigiosa de trazer ordem e sistema entre uma massa de idéias
contraditórias, e um esforço para compreender a evolução do pensamento
budista.” (44) Ensinava que, logo que o Buda se tornou esclarecido, pregou
as doutrinas confusas do Hua Yen Sutra (Budhavatamsaka-mahavaipulya sutra)
onde anunciava o conteúdo da sua percepção exatamente quando se apercebia
delas. Mas essa doutrina profunda não podia ser alcançada pelos discípulos
que estavam ainda num estado elementar, e assim o Buda pregou as escrituras
Hinaynistas. Destas, os discípulos eram levados aos conceitos mais
elementares de Mahayana, depois aos ensinamentos mais avançados do
Prajnaparamitas (Ta-pan-jo Ching) que anunciavam a doutrina de Sunyata ou do
Vazio. Finalmente, o Buda, já velho, revelou a alguns dos seus sequazes mais
íntimos as doutrinas do Lotus Sutra e os Mahaparinirvana Sutras.
Chih-i apoiava-se muito nas teorias de Nagarjuna
conforme eram transmitidas através das traduções de Kumarajiva. Ele frisava
a idéia da totalidade e mútua identificação, sendo o todo e as partes
idênticas. Todo o cosmos e todos os Budas estavam presentes num grão de
areia. O espírito absoluto abraça o universo na sua totalidade e todas as
coisas dependem deste espírito para existirem. Na sua substância, o espírito
absoluto é o mesmo; no seu funcionamento, é diferenciado.
Chih-i procurou ligar a expressão prática da
religião com a cultura espiritual e a busca da sabedoria pela concentração
(chih) e o discernimento (kuan). “Ele frisava a fraqueza da sabedoria sem a
prática, e os perigos da prática religiosa a que faltava o olho da
sabedoria.” (45)
Em resultado do trabalho de Chih-i, um notável
espírito de tolerância penetrou o budismo chinês, pois nenhuma interpretação
dos ensinamentos de Buda era tão estranha para ser incapaz de achar um lugar
no seu grande esquema. Claro que, como K. L. Reichelt escreve: “era apenas
um sinal da graça sem fim de Amitabha ele ter tantas espécies diferentes de
“veículos” para a humanidade sofredora e lutadora, próprios para cada país e
para as necessidades de cada individuo.” (46)
O Lotus Sutra, que contribuiu tanto para a
popularidade de T’ien T’ai, chegou a ser tido como um tesouro pela maioria
das seitas do Mahayana. Foi de grande importância para o desenvolvimento de
uma rica mitologia budista na China onde o Buda eterno, representado em
inumeráveis formas, estava a executar as suas finalidades que incluíam a
salvação de toda a humanidade sofredora. Conforme W. E. Soothill, escreve:
“Achamos o Lotus Sutra único na literatura
religiosa do mundo. Um magnífico apocalipse, apresenta. um drama espiritual
da mais alta ordem, com o universo como palco, a eternidade como o seu
período, e Budas, deuses, homens, diabos, como suas personagens dramáticas.
Dos mais distantes mundos e das idades passadas, os Budas eternos
amontoam-se no palco para ouvirem o poderoso Buda proclamar a sua Verdade
antiga e eterna... Na terra, ele tinha assumido a forma humana com todas as
suas limitações. Agora revela-se sub-especie aeternitatis, como Buda Eterno,
Omnisciente, Omnipotente, destruidor-criador, recriador de todos os mundos.”
(47).
Hua Yen. A escola da Grinalda. De acordo com W.
T. Chan:
“A filosofia de Hua Yen representa o mais alto
desenvolvimento do pensamento budista chinês. É a mais sincretista, e com a
filosofia de T’ien T’ai forma a base do budismo chinês do último milênio.”
(48) Esta seita apela para o intelecto, baseando os seus principais
ensinamentos no Avatamsaka sutra (Hua Yen), que se considerava ser um relato
dos mais recônditos ensinamentos do Buda e que anuncia as práticas de um
bodhisattva. Diz-se que Tu-shun (557-640) foi o seu primeiro Mestre, seguido
de Chih-yen (602-68) e Fa-tsang (643-712). Aceitava a sua mais importante
doutrina, em comum com outras escolas, que todos os seres sem distinção
possuíam a natureza búdica. Com o tempo, esta doutrina tornou-se um artigo
fundamental de fé comum a todos os budistas chineses. Hua Yen exprimia o
descontentamento de muitos chineses budistas com “as expressões negativas de
vazio e imaterialidade tão essenciais ao budismo Mahayana.” (49) Ensinava
uma teoria de causação por meio do princípio universal (li), e a
interpretação e identificações mútuas de todos os fenômenos. Os fenômenos
são manifestações do princípio universal. Assim, pela sua afirmação de
“realidade”, pôs o budismo em linha com o pensamento fundamental chinês.
A seita Hua Yen proibia comer carne e isto também
se tornou aceite como disciplina necessária por quase todos os monges
chineses.
Wei Shih ou Fa Hsiang. A escola de «Mera
Imaginação». Fa Hsiang baseava-se nos escritos de Asanga e Vasubandhu do
século IV AD, que ensinava que só existe a imaginação, O mundo externo é
apenas um fabrico do nosso conhecimento. Fa Hsiang analisava o espírito em
oito conhecimentos. -Os cinco sentidos juntamente com o centro do sentido,
um pensamento centro (manas) e um conhecimento-armazém (alaya). Este último
junta e coordena todas as idéias refletidas no espírito, e é a fonte de onde
nascem todos os fenômenos do universo. Mas o conhecimento-armazém não tem
energia ativa. É perturbado pelo pensamento centro (manas) que está sempre
ativo e trabalha em conjunto com os sentidos para dar origem à percepção, à
intuição e ao julgamento. Manas é pois a ligação entre o
conhecimento-armazém e o conhecimento dos seis sentidos. É inteligente e
capaz de esclarecimento. A finalidade da disciplina budista é, portanto,
fazer com que manas funcione de modo a alimentar só boas sementes no
conhecimento-armazém. Isto consegue-se unicamente através do alcance da
sabedoria, da verdade para além de toda a dualidade.
A escola fez uma tentativa séria para dar uma
base psicológica e metafísica sã ao idealismo puro de Mahayana. Embora os
seus ensinamentos, desenvolvidos como foram pelo grande Mestre e tradutor
T’ang, Hsuan-tsang (596-664), estivessem para além do alcance da maioria dos
monges e leigos budistas, tiveram uma grande influência nos de espírito
filosófico. Contribuíram grandemente para o desenvolvimento do
neo-confucionismo da dinastia Sung e para o desenvolvimento do pensamento
budista chinês até aos nossos dias.
Lü ou a escola da Disciplina. A Lu, ou Escola da
Disciplina, derivou a sua principal inspiração do Hinayana, dando grande
importância à disciplina monástica. O seu fundador, Tao-hsüan (595-667) usou
como escritura básica o Sutra da Rede de Brahma (Fan Wang Ching) que
continha regras para a organização da vida monástica e ordenada vida diária
dos monges e freiras. No famoso mosteiro de Pao-hua-shan, perto de Nanquim,
a seita ganhou grande reputação pela severidade e pureza da vida ascética.
As suas altas normas para a ordenação, a dedicação dos seus monges ao estudo
das escrituras, e a austeridade das suas vidas forneceram um exemplo aos
monges de outras seitas. A Escola da Disciplina manteve a sua influência até
aos dias de hoje, especialmente nas províncias costeiras da China.
Chên Yen ou Mi Tsung. Budismo Tântrico. Nos
princípios do século VIII, chegaram à China três missionários budistas
vindos da Índia e trazendo com eles os ensinamentos esotéricos do budismo
tântrico. Subhakarasimha (Shan Wu-wei) (637-735) traduziu a escritura básica
da escola, o Mahavairocana Sutra seguido por dois monges, Vajrabodhi
(Ching-Kan-chih) (663-723) e Amoghavajra (Pu-K’ung) (705-74). Estes
missionários ensinavam que, embora o homem estivesse mergulhado em
ignorância, tinha com ele a natureza búdica. No entanto, essa natureza
búdica só podia ser realizada e assim atingida a completa salvação se o
homem praticasse certas doutrinas esotéricas que vinham em grande parte da
mitologia hindu. O cosmo é concebido como um grande ser, a expressão
manifesta do grande Buda Vairocana sendo deuses e deusas símbolos da sua
função, energia e vontade. São usadas fórmulas mágicas para invocar os
deuses, e usam-se também mantras (simbolos místicos) mudras (sinais feitos
pela postura das mãos e dos dedos) e mandala (cosmogramas). Tantra ensinava
que mantras contém todos os segredos do som e mudras os segredos do tato.
Entrar no mandala chama-se abhisheka ou “iniciação nos segredos da escola”.
Tantra fazia uso de rituais complicados, aspersão com água benta, uso de uma
coroa, uma faixa sagrada aos ombros, o apalpar um sino, ou a representação
de um relâmpago. Incluía a tomada de votos e de um nome secreto. Tantra
também ensinava uma forma extrema de idealismo. Esta defendia que nenhuma
acão é moral ou imoral em si, mas que a intenção ou o motivo é a base do
julgamento moral.
O objetivo de Tantra era ganhar inteiro
esclarecimento nesta vida e também ganhar saúde, riqueza e poder. Apelava,
pois, para o povo, especialmente porque ensinava que os rituais mágicos, o
uso de amuletos e a pronunciação do nome sagrado de Buda eram os meios mais
seguros de atingir a salvação.
Foi principalmente o Tantra hábil, desenvolvido
por Amoghavajra, que interessou os chineses. Amoghavajra serviu três
imperadores T’ang que o estimaram muito. A sua doutrina, derivada do
Mahavairocana Sutra (P’i-lu-chên--na Ching), representava a Última Realidade
com o Universo, sendo o seu corpo dividido em dois constituintes
complementares, um ativo, “elemento-diamante” material, e um passivo,
“elemento-útero” mental. Isto tinha afinidades com o conceito tauísta do
yang e do yin. O mantra era para o budismo tântrico, o principal veículo de
salvação, o meio de comunicação direta com as forças invisíveis do universo
através das suas personificações. Considerava-se que uma força miraculosa
residia nos mantras de modo que, pronunciando-os, adquiria-se mérito
ilimitado.
Esta forma tántrica de budismo, conhecido na
China como o Chên Yen ou Mi Tsung, entrou na China quase ao mesmo tempo que
o cristianismo nestoriano. Reichelt é de opinião que foi muito devido à
influência nestoriana que Amoghavajra, que vivia lado a lado com os
nestorianos no Sião, introduziu as missas pelos mortos no budismo chinês.
(5) A festividade conhecida pela “Festa dos espíritos errantes” ou
Yu-lan-p’en Hui (Sânscrito: Ulíambana) tornou-se um dos festivais mais
populares do budismo chinês. O seu objetivo era conduzir as almas dos
falecidos tão rapidamente quanto possível para além do mar das penas que
resultava dos seus pecados.
Embora a escola Chên Yen se fundisse com outras
escolas budistas da China, o budismo tântrico recebeu nova inspiração do
Tibet, de onde foi levado para a Mongólia para se tornar a religião dos
fundadores mongóis da dinastia Yuan. Floresceu até aos tempos modernos como
a Seita Esotérica Tibetana (Tsang Mi Tsung).
O Cânone Budista Chinês
As escrituras budistas chinesas existentes são
conhecidas por San Tsang ou o Tripitaka chinês, o que é um nome errado,
porque as escrituras budistas chinesas diferem do cânone Pali por terem
quatro e não três divisões. Em adição aos Sutras (Ching), o Vinaya (Lu) e o
Abhidharma (Lun) contêm numerosas obras importantes de escolas budistas
chinesas que estão catalogadas como “Obras Diversas” (tsa). O Tripitaka
chinês é um trabalho maciço que consiste, nas modernas edições, em cinquenta
e cinco volumes. (51) K. L. Reichelt calcula que é setecentas vezes maior do
que a Bíblia cristã. (52)
Pelos fins do primeiro milênio AD quando apareceu
a primeira edição impressa do Tripitaka, este estava virtualmente completo.
Contém tantos textos Mahayanistas, como Hinayanistas, embora os últimos
sejam só uma pequena porção do todo. A secão Sutra é a maior, contendo 1081
obras. Entre estas há alguns textos muito antigos comuns a várias escolas
Hinayanistas, mas as obras que se tornaram de maior autoridade para o
budismo chinês foram os grandes sutras Mahayanistas traduzidos do sânscrito.
O importante trabalho de tradução das escrituras
budistas Índianas foi, desde o tempo de Kumarajiva, levado a cabo por
equipas de escolares chineses sob a orientação de missionários budistas e
“Mestres de Dharma”. Já no tempo de Tao-an (AD 374), surgiu a necessidade da
compilação de catálogos com os títulos e nomes dos principais tradutores. O
catálogo mais antigo existente é o de Sêng-yu (c. 518) e desde essa ocasião
têm sido compilados muitos catálogos de escrituras budistas, sendo o mais
importante o K’ai-yüan que se completou em 730 AD. O trabalho budista mais
antigo que existe em chinês é um livro, agora no British Museum, que contém
excertos do Sutra-Diamante, produzido por xilografia em 868. Foi descoberto
no famoso mosteiro de Tun-huang. Pelo ano de 983, todo o Tripitaka chinês,
aparte as últimas adições, estava impresso.
A profunda penetração filosófica de muitas dessas
obras, a beleza do seu estilo na tradição clássica chinesa, a intensidade do
seu sentimento religioso e o alcance das suas construções imaginativas têm
apelado incessantemente para o chinês culto. O cenário dos sutras é
geralmente uma grande assembléia para a qual o Buda chama miríades de budas,
bodhisattvas, discípulos, deuses e demônios, a fim de escutarem em adoração
suspensa e em expectativa, conforme ele expõe alguns aspectos dos seus
ensinamentos.
O cuidado e o respeito com que as sagradas
escrituras foram guardadas nos mosteiros provam essa reverência pela palavra
escrita que tem caracterizado o escolar chinês através da história. Cada
mosteiro tinha a sua biblioteca própria, geralmente no segundo andar, para
melhor preservar os livros do perigo e do bolor. A biblioteca era
“geralmente uma sala muito digna com altares especiais e estátuas,
especialmente de Vairocana, Kuan-yin, Amitabha ou Sakyamuni Buda.” (53) Até
aos tempos atuais só alguns dos principais trabalhos do Tripitaka chinês
foram traduzidos para chinês. Embora haja muitas obras de grande importância
que ainda não estão traduzidas, o comprimento anormal e a repetição de
vários sutras torna-as extremamente cansativas para o leitor ocidental.
Notas
23. K. W. Morgan (ed.), The Path of the Budha,
New York, 1956, capítulo por Zenryu Tsukamoto, p. 198.
24. Ibid.
25. K. L. Reichelt, Truth and Tradition in
Chinese Buddhism, Xangai, 1927, p. 307.
26. W. T. Chan, ‘Pure Land Schools’, em Ferm
(ed.), Encyclopedia of Religion, p. 106.
27. Traduções do Ch’i Hsin Lun foram feitas para
inglês por D. T. Suzuki em 1900 e por T. Richard em 1907 e 1910,
reaparecendo a última em 1961, editada por A. Walton. Ambos os tradutores
atribuem a obra a Ashvagosha, uma atribuição hoje em dia inaceitável. Das
traduções, a de Suzuki deve ser preferida. Uma discussão crítica completa do
Ch’i Hsin Lun encontra-se, em chinês no Ta Ch’êng Ch’i Hsin Lun Chên Wei
Pien, Pequim, 1956.
28. K. L. Reichelt, Truth and Tradition in
Chinese Budhism, p. 226.
29. C. Burton Day, The Philosophers of China,
Londres, 1962, p. 115.
30. Para uma referência minuciosa da vida e obra
de Hui-Yüan ver E. Zürcher, The Budhist Conquest of China, pp. 204-53.
31. Ibid., p. 208.
32. K. L. Reichelt, Truth and Tradition in
Chinese iBudhism, p. 132.
33. Ch’i Hsin Lun, tradução minha.
34. W. T. Chan, A Source Book in Chinese
Philosophy, Londres, 1963, p. 357.
35. C. Humphreys, Zen Budhism, Londres, 1949, p.
26.
36. Hu Shih, ‘Ch’an (Zen) Budhism in China: its
History and Method’. Philosophy East and West, 3 ,1953, p. 12.
37. C. Humphreys, Zen Budhism, p. 1.
38. Ver W. T. Chan, A Source Book in Chinese
Philosophy, p. 425, nota. Hu Shih rejeita a data tradicional e acredita que
Bodhidharma chegou à China entre 470 e 475.
39. C. Burton Day, The Philosophers of China, p.
130.
40. W. T. Chan, A Source Book in Chine
Philosophy, p. 428
41. Alan Watts, The Spirit of Zen, Londres, 1936,
pp. 11-12.
42. C. Humphreys, Zen Budhism, p. 81.
43. Cf.. W. E. Soothill, The Lotus of the
Wonderful Law, Oxford, 1930.
44. K. S. Chen, Budhism in China, p. 310.
45. K. W. Morgan, The Path of the Budha, p. 202.
46. K. L. Reichelt, Truth and Tradition in
Chinese Budhism, p. 53.
47. W. E. Soothill, The Lotus of the Wonderful
Law, p. 13.
48. W. T. Chan, A Source Book in Chinese
Philosophy, p. 406.
49. K. W. Morgan (ed.), The Path of the Buddha,
p. 209.
50. K. L. Reichelt, Truth and Tradition in
Chinese Budhism, p. 89 ff.
51. A edição Taisha da Tripitaka chinesa foi
publicada em Tóquio, 1922-33.
52. K. L. Reichelt, Truth and Tradition in
Chinese Budhism, p. 203.
53. Ibid., p. 213.