ENSINAMENTOS BUDISTAS SOBRE O NIRVANA
Por: Ricardo Chioro
(Parte deste texto é canalizada dos Mestres Ascensos)
Sinônimos de nirvana: nibbana e iluminação.
Existem dois ensinamentos budistas aparentemente contraditórios:
1-Para atingir o nirvana precisa querer atingi-lo.
2-Para atingir o nirvana, abandone o nirvana.
Esses dois ensinamentos não são ensinados juntos, então quando se fala em abandonar o nibbana, pensa que é de todas as formas, inclusive em querer atingi-lo, se pensa obviamente que é um termo absolutista, que serve para tudo.
No Budismo é muito comum dizer ou escrever algo que existe um conteúdo muito maior por trás, sem explicá-lo, ou ainda escrever ou dizer algo que parece absolutista sem ser, o que leva a muitos enganos, confusões e conflitos internos.
É muito comum escrever um pequeno dizer que tem um significado muito grande nessa religião, e que pelo português nesse pequeno dizer não dá para compreende-lo.
Isso é porque os textos budistas são muito mal traduzidos, mas mesmo assim sacerdotes brasileiros e autores os repetem sem dar as devidas explicações.
Explicamos essas confusões nos textos: Esclarecimentos Importantes sobre o Budismo, Esclarecimentos Importantes sobre o Budismo 2, Esclarecimentos Importantes sobre o Budismo 3, Esclarecimentos Importantes sobre o Budismo 4 – Paixão e Sofrimento e O Buda, o Autoconhecimento e a Linguagem Budista.
Um outro exemplo de outra aparente contradição é o Vazio é o Absoluto, mas como é muito divulgado esse ensinamento, fazem muitas brincadeiras com ele, então as pessoas estão acostumadas, já conhecem.
As pessoas que querem o nirvana, não querem abandoná-lo, abandonar seu sonho.
Sim, o nibbana é um sonho, é algo que as pessoas querem realizar para suas vidas.
As pessoas não precisam abandonar o nirvana por completo para atingi-lo, mas abandonar principalmente a obrigação de atingi-lo. Isso quer dizer abandonar o nirvana, que não é bem explicado.
Para atingir o nibbana precisamos abandonar de nos colocarmos na obrigação de atingi-lo.
Muitas pessoas com medo de não atingir a iluminação, a colocam como uma obrigação, como se não colocassem assim o desejo de atingir essa grande espiritualidade fosse embora, então colocam isso em suas mentes de forma forçosa, só que a vontade da libertação não se vai por isso.
O que nos conduz ao autoconhecimento e ao nirvana é o nosso coração, e o coração não é algo forçado, mas sim espontâneo.
As pessoas muitas vezes tem medo de não conseguirem a iluminação, então se forçam, se obrigam a fazer as coisas que despertam ela.
Essas coisas não é forçando que elas vem, mas sim com espontaneidade, agindo naturalmente com o coração.
É agindo com naturalidade, com o coração, que nos dá prazer realizar as coisas que trazem o despertar.
Muitas pessoas pensam que se forçando vão conseguir isso, mas não vão, pensam que se forçando vão fazer mais coisas, mas o progresso é muito pouco perto do agir com naturalidade.
Se forçar torna a tarefa pesada, agir com espontaneidade torna a tarefa leve, gostosa.
Quando agimos com naturalidade, com o prazer de fazer é que fazemos mais, pois se torna uma tarefa gostosa.
As pessoas necessitam aprender a agir com espontaneidade, sem ser de forma forçosa, isso leva um tempo, mas é o tempo necessário para aprendermos a agir da forma que traz o autoconhecimento, o nirvana.
As vezes por querer muito o nirvana, quer muitos os resultados, então faz as atividades pensando no resultado, e não aproveita a tarefa em si, é importante fazer a atividade de uma forma boa, que seja prazerosa.
Quando agente pensa muito no resultado, não pensamos na tarefa em si, mas sim no resultado.
Pensar muito no resultado tira o prazer da tarefa.
Fazer a tarefa pensando muito no resultado também atrapalha conseguirmos o autoconhecimento, pelos motivos que explicamos acima.
A única atividade que eu acredito que desperte nossa consciência de forma forçosa seja a meditação em estado profundo.
Existem algumas coisas que devemos fazer por obrigação, como ir ao templo quando não queremos.
As vezes começar uma atividade por obrigação faz com que adquirimos o hábito de fazermos espontaneamente no futuro.
Tem situação em que é bom agir por obrigação, mas elas não podem ser muitas. O importante é aprendermos agir com espontaneidades.
Abandonar a iluminação também quer dizer abandonar o ego que estiver junto com essa vontade, como se achar superior aos outros porque quer o nirvana, se achar mais espiritualizado porque deseja isso.
Agente pode se achar espiritualizado, boa pessoa, valorizar querermos o autoconhecimento, a espiritualidade, mas sem querermos ser superiores as pessoas por causa disso, o ego quer ser melhor que todo mundo.
Isso também atrapalha conseguirmos o nibbana.
É importante nos valorizarmos, mas sem fazer comparações, sem buscarmos ser melhores e nem piores que os outros.